terça-feira, 21 de setembro de 2010

Coentrão e Martins para acabar com as dores

Quem disse que o Benfica ainda não tinha encontrado os substitutos para os lugares de Di María e Ramires enganou-se. Eles estavam era escondidos no plantel - como ficou provado no dérbi. Os nomes? Fábio Coentrão e Carlos Martins.

Jorge Jesus apostou nestas armas no dérbi, e ambas corresponderam. Coentrão, que até tem sido um dos melhores laterais-esquerdos do futebol português... não teve nenhum ataque de amnésia no dérbi de anteontem e jogou a médio/extremo-esquerdo como se o fizesse todos os dias. Olhando para o rendimento do internacional português, ninguém diria que não tem actuado com regularidade naquela posição, onde Di María marcava muitos e muitos pontos, o que tem obrigado o gabinete de crise da Luz a reunir-se várias vezes para analisar a situação.

No lado oposto vai surgindo Carlos Martins, que se assume cada vez mais como o substituto de Ramires. É evidente que têm características bem diferentes, mas o internacional português tem conseguido nos últimos três jogos dar consistência ao seu sector; ora pelo rigor no passe, ora pela dinâmica que imprime, procurando sempre os homens mais adiantados, ora pela sua meia distância de fazer inveja, ora pela raça que coloca na disputa de cada lance.

É evidente que estas soluções podem até sofrer ligeiros abalos no futuro em função do adversário, das lesões ou do enquadramento táctico que Jesus pretender dar à equipa (Carlos Martins pode jogar como 10 e Fábio Coentrão como lateral-esquerdo, naturalmente), mas a verdade é que o jogo com o Sporting, de altíssimo risco, provou que até ao momento foram as melhores soluções para os lugares.

Carlos Martins actuou (este foi o terceiro jogo consecutivo que fez a titular) como médio-interior-direito, Fábio Coentrão como médio-interior-esquerdo. Resultado: um bom desempenho de ambos, no melhor registo das águias esta temporada.

Depois de experimentar várias soluções e de ter andando com a cabeça à roda durante o mês de Agosto à procura de uma solução para os problemas - Gaitán seria o sucessor natural de Di María, e Salvio o de Ramires -, Jorge Jesus chegou à conclusão de que o remédio para as suas dores estava mesmo ali a seu lado. Ao miúdo das Caxinas pode ser adjudicada qualquer obra, pois defende e ataca com a mesma solidez e velocidade. Tanto apoia César Peixoto nas acções defensivas como alimenta o ego a Cardozo no ataque. É só pedir, que ele faz! No lado contrário, não sendo um jogador tão rápido, Carlos Martins supera essa lacuna através do sentido posicional, do rigor no passe e da dinâmica ofensiva, transmitindo raça ao conjunto.

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