quarta-feira, 27 de julho de 2011

Carlos Martins como o Sucessor de Rui Costa tem a vida dificil

Se há jogadores que ficam agarrados a uma frase até final da carreira, então Carlos Martins nunca mais se vai libertar do que Rui Costa disse quando o apresentou no Benfica, em 2008. "Sempre vi nele um jogador que me podia suceder em Portugal", atirou o director desportivo. Mas agora já não interessa se Carlos Martins é o sucessor do príncipe, ou do palhaço (porque também fez de Aimar grande parte da temporada passada): para Jorge Jesus, o médio ofensivo é apenas mais um como outros e, segundo apurámos junto de fonte encarnada, até pode sair da Luz se aparecer alguma proposta de transferência interessante. Ao mesmo tempo, está em risco o único futebolista português do plantel com reais possibilidades de discutir um lugar no onze.

É claro que Martins, nesta altura, está muito longe disso, de sair ou de jogar, porque as propostas não aparecem e está lesionado. O Benfica joga amanhã com o Trabzonspor - na primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões - e o médio nem sequer está inscrito na lista enviada para a UEFA. Porquê? "Devido a um problema no joelho", explicam-nos. Fonte próxima do jogador também fala de problemas musculares, mas seja qual for a justificação, o facto é que Carlos Martins praticamente não treinou nesta pré-temporada, ele que até terminou a época transacta em boa forma e como titular da selecção. Pode o desaparecimento de um jogador como este explicar-se apenas pelos problemas físicos? Não, porque o próprio futebolista perdeu entusiasmo face ao tratamento que está a receber do treinador. "O Jorge Jesus continua frio em relação a alguns jogadores e o Carlos Martins é um deles", explica-nos quem ouve os desabafos do internacional português. "Às vezes é preciso alguma sensibilidade para perceber um talento instável como o Martins, mas é evidente que isso não existe no actual treinador do Benfica."

Não é novidade que Carlos Martins ferve em pouca água, aliás, já fervia desde os tempos do Sporting, quando preferia expulsar-se em vez de convencer Paulo Bento (o mesmo que depois lhe deu a mão na selecção). Mas no Benfica está longe de ser indesejado, pelo menos dentro do campo. Na época passada jogou praticamente o mesmo tempo que Pablo Aimar, viu menos cartões amarelos, também marcou menos golos, mas fez mais assistências (ver infografia). E quando se pensava que podia finalmente estabelecer-se como indiscutível, Jorge Jesus deixava-o no banco, por vezes de forma surpreendente. Carlos Martins nunca foi discreto no balneário, mas à medida que percebeu a falta de espaço fez notar cada vez mais a sua insatisfação, tornando-se um problema para Jorge Jesus. O ambiente agravou esta pré-temporada, devido ao peso cada vez maior dos argentinos. "Ele o Fábio Coentrão tornaram-se insustentáveis para o treinador a partir de determinada altura. Também se percebeu que o César Peixoto estava farto, mas os dois primeiros eram os mais loucos do balneário", explica ao i outra fonte do clube encarnado.

Fábio Coentrão saiu para o Real Madrid graças a 30 milhões de euros, César Peixoto espera que o Benfica lhe ofereça o passe para a mão, mas Carlos Martins é um jogador com valor no mercado e que ainda pode render dinheiro. Nesta altura, não se importa de abandonar a Luz, mas Luís Filipe Vieira não o admite a troco de cêntimos. O Lokomotiv de Moscovo, treinado por José Couceiro, chegou a ser noticiado como potencial destino, mas para já não existe nesta altura qualquer proposta. Existe apenas essa ideia de que Martins é um como os outros e é isso que o faz ferver.

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